O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Geaco), no Ministério Público da Bahia (MP-BA), Apresentou uma denúncia do que ficou conhecido como ‘Golpe do Pix’. O suposto esquema criminoso teria envolvimento dos ex-jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, da RecordTV.
Segundo o MP-BA, em representação à 9ª Vara Criminal da Comarca de Salvador, assinada pelo juízo titular Eduardo Afonso Maia Caricchio, no último dia 12, além deles, outras dez pessoas teriam participação na suposta prática de infrações penais para obter vantagem em torno doações arrecadadas durante um programa de TV, que teriam como objetivo ajudar pessoas com vunerabilidade social.
O ex-repórter Marcelo Castro do Balanço Geral e o ex-editor Jamerson Oliveira prestaram depoimento para a Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (Dreofciber) nesta quinta-feira (18).
O jornalista baiano Marcelo Castro é um dos principais nomes da TV Record na Bahia e se tornou popular após coberturas de operações de combate ao tráfico e resgates de sequestros.
CINCO MESES DE ESQUEMA
Segundo o MP-BA, o esquema passou a ser realizado desde o dia 8 de setembro de 2022 até o dia 28 de fevereiro de 2023, quando foi descoberto por causa de uma doação de grande valor feita pelo jogador Anderson Talisca, para ajudar uma criança com grave problema de saúde.
Um assessor do atleta identificou divergência entre a chaves pix exibida e a utilizada para doação. “Ele descobriu que aquela chave PIX era de uma pessoa que desenvolvia a atividade de rifeiro. Como ele queria fazer essa doação, desconfiou e conseguiu o telefone da mãe da criança com câncer. Foi feito um acerto de que doação seria feita diretamente para ela, não para aquela chave”, contou, há alguns meses, o delegado Charles Leão, responsável pelas investigações.
QUANTO FOI DESVIADO
Neste período, os envolvidos arrecadaram mais de R$ 540 mil em doações, e apenas cerca de R$ 136 mil foram destinados às vítimas. Em um dos casos, dos mais de R$ 64 mil arrecadados, apenas pouco mais de R$ 6 mil foi repassado, tendo o restante repartido entre os integrantes do esquema.
Diante da análise, o juiz titular da 9ª Vara Criminal -determinou que a Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa da capital baiana siga com os procedimentos de investigação, através de uma unidade especializada.
INVESTIGAÇÃO
Com base nos documentos da denúncia, e que tiveram o conteúdo divulgado pelo g1, os denunciados são:
Marcelo Valter Amorim Matos Lyrio Castro, de 36 anos. Jamerson Birindiba Oliveira, 29 anos.
Lucas Costa Santos, 26 anosJakson da Silva de Jesus, 21 anos. Daniele Cristina da Silva Monteiro, de 27 anos.
Débora Cristina da Silva, de 27 anos, Rute Cruz da Costa, de 51 anos. Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus,de 29 anos.
Gerson Santos Santana Junior,de 34 anos. Eneida Sena Couto, de 58 anos. Thais Pacheco da Costa, de 27 anos. Alessandra Silva Oliveira de Jesus, de 21 anos.
QUAIS CRIMES PRATICADOS
No parecer do órgão, foram praticados “crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa”, sendo assim formada uma organização criminosa, com “disposição mais hierárquica e organizada, enquanto a associação tem uma estrutura mais simples”.
Com informações do Bahia Notícias