A jovem Karoline Bezerra Maia, decidiu mudar o fluxo da própria história. tornando-se a primeira promotora de Justiça quilombola da história do Brasil, ao tomar posse na unidade do Ministério Público da comarca de Senador José Porfirio, no Pará.
Karoline é da comunidade quilombola de Jutaí, no município maranhense de Monção, Karoline é a mais nova de seis irmãos, é filha de pais analfabetos e a primeira da família a concluir o ensino superior.
O passo seguinte foi Conciliar o trabalho em um escritório de advocacia com os estudos e o concurso preparatório para concurso público, do Projeto Identidade da ANPR, pelo qual recebeu uma bolsa de R$ 2,5 mil durante seis meses.
A bolsa foi um desdobramento do projeto e contou com financiamento da Fundação Ford para dez alunos, durante seis meses.
Nesta nova fase da vida da jovem promotora, ficará o vazio de um abraço de um casal de pretos, quilombolas, analfabetos, que, certamente, desejaram um futuro diferente para os seis filhos.Erozino Boaventura Maia e Raimunda Bezerra Maia morreram antes de ver a filha se tornar uma doutora.
“É por eles e por milhares de brasileiros marginalizados e oprimidos pelas desigualdades que a promotora de Justiça Karolina Maia continuará a lutar.“Quais os meus planos? Entrar em exercício na comarca e exercer a função com excelência para que por meio do Ministério Público sejam garantidos os direitos sociais em especial da população quilombola, indígena e tradicionais”, finaliza a nova promotora do MP do Pará.
Foi com entusiasmo e orgulho que a ANPR e, em especial, a Comissão ANPR Raça, foi informada da posse da estudante. Segundo a coordenadora adjunta da instituição, Nathália Mariel, que foi professora de Karoline, o projeto não existe apenas para ter como único objetivo a aprovação dos alunos.“Mas também pelo empoderamento e crescimento de todo um coletivo. A aprovação de uma mulher preta nos demonstra isso, quando um alcança, todo um grupo acredita que também pode alcançar, e projetos educacionais ajudam nesse caminho. Muito orgulho de ver a ANPR envolvida nessa missão”, disse Nathália.
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